Efeitos fisiológicos da meditação – Parte 5
O
objetivo principal desta publicação é mostrar para o nosso leitor que a meditação,
não é meramente uma técnica de aprimoramento espiritual, embora seja mais usada
com está finalidade. Conforme explicaremos a seguir, a meditação é um
conjunto de técnicas que produz efeitos fisiológicos significativos no corpo
humano, independente das crenças do meditador, podendo e devendo ser usada
como atividade terapêutica complementar
O estudo científico da meditação foi deflagrado
no ocidente no início dos anos 70, pelo Dr. Herbert Benson, cardiologista e
professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard (EUA). O
interesse do Dr. Benson, em investigar
os efeitos da meditação aflorou, ao suspeitar que alguns sintomas apresentados
pelos seus pacientes estavam relacionados ao stress, e ansiedade, o que foi
confirmado com os resultados de suas pesquisas. Seus estudos avançaram em
parceria com outros pesquisadores e demonstraram que a meditação era capaz de produzir
inúmeros efeitos a saber: regularizar os
batimentos cardíacos, auxiliar no tratamento da hipertensão, reduzir o metabolismo corporal regularizar a
respiração, ajudar no controle de
reações emocionais, do estresse e da ansiedade, auxiliar no tratamento da depressão, no alívio da dor, reduzir
os distúrbios do período de tensão pré-menstrual e menopausa, diminuir os
quadros de insônia, e melhorar o humor.
Um resultado muito interessante das pesquisas
do Dr. Benson foi a constatação de que a
prática da meditação, combinada com crenças pessoais, potencializava os
benefícios já comprovados por esta prática. Benson chamou esta combinação de Faith
Factor (fator fé), esclarecendo, todavia, de
que este fator não estava vinculado a dogmas ou posturas
religiosas, pois os benefícios da meditação poderiam ser alcançados também por aqueles
que não possuem qualquer tipo de crença ou fé, seja esta filosófica ou religiosa
Estudos
posteriores desenvolvidos por outros pesquisadores vêm comprovando os
benefícios da prática regular da meditação e assim esta técnica passou a ser
objeto de estudo da neurociência. Estes estudos rem revelado que a meditação
influencia no funcionamento dos sistemas
psicológico, neurológico, imunológico e endócrino e cardiovascular, contribuindo
significativamente para a melhoria da saúde e na qualidade da vida humana.
Deste modo, seja no campo espiritual ou terapêutico a meditação
tem despertado a atenção da comunidade científica, que vem investigando a respeito
das áreas cerebrais que são ativadas
durante a sua prática. A seguir
apresentaremos uma síntese dos principais achados na literatura científica
organizados por área de conhecimento;
Neurociência
Os
estudos científicos têm revelado, que a meditação, tem o poder de remodelar o
sistema nervoso a nível estrutural e funcional, qualidade conhecida como “neuroplasticidade”, contribuindo tanto
para a melhoria quanto para a recuperação da saúde física e mental do praticante. Nesta
linha de pesquisa os resultados tem demonstrado que a meditação:
· Ativa o sistema límbico. Este sistema
é um conjunto de estruturas cerebrais interconectadas, responsável pelas
funções de motivação emoção e que
influencia também os processos de atenção,
memória e aprendizagem. Corroborando esses achados pesquisadores observaram
que a massa cinzenta do cérebro se tornava mais densa em áreas relacionadas à memória
e ao processamento emocional em meditadores experientes.
·
Produz mudanças da atividade
neuroelétrica cerebral detectadas através do Exame de Eletroencefalograma
(EEG) durante meditação realizada para combater a ansiedade
·
Faz com que o cérebro de
meditadores regulares recrute menos
áreas cerebrais para realizar uma determinada tarefa, como se fizesse uma
economia de energia mental, o que se traduz em mais foco e concentração.
·
Preserva a vitalidade cerebral conforme revelaram estudos científicos
comprovando que praticantes regulares de meditação aos 50 anos tinham a mesma
quantidade de massa cinzenta que os indivíduos de 25 anos.
·
Promove a
ativação do córtex pré-frontal esquerdo
capaz de estimular o desenvolvimento de
traços saudáveis da personalidade
Área neuroendócrina
Na área neuroendócrina, a pesquisa tem revelado que
meditar regularmente diminui a
concentração dos hormônios do estresse cortisol e adrenalina,
além de aumentar a produção de
endorfina, serotonina, dopamina no cérebro. Esses últimos neurotransmissores são responsáveis pela sensação
de bem-estar, prazer e disposição.
O cortisol e a adrenalina são hormônios produzidos pela glândula suprarrenal
(Adrenal) que é estimulada nos estados de estresse por conta da ativação do
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, conforme explicamos em postagem anterior.
A
endorfina é
um potente calmante natural, diminui a dor, além de aumentar a sensação de
bem-estar e melhorar o humor
A
serotonina é
considerada o hormônio da felicidade, um antidepressivo natural, que contribui
para redução das doses dos antidepressivos convencionais e em alguns casos para
cura depressão nos praticantes regulares de meditação.
A dopamina é um neurotransmissor fundamental para a
motivação, foco e produtividade. Pessoas com baixas concentrações de dopamina
são apáticas, desanimadas e ficam mais suscetíveis à tristeza, ansiedade e
depressão. A meditação regular aumenta a
produção de dopamina no cérebro melhorando o ânimo e a disposição destas
pessoas
Imunidade
Estudos científicos têm demonstrado que a meditação influencia no Eixo Hipotálamo - Hipofisário - Adrenal
reduzindo os hormônios do estresse adrenalina e cortisol que fragilizam a imunidade
Pesquisas mais recentes comprovaram que praticantes regulares de meditação tem a imunidade melhorada devido ao aumento da telomerase, que é uma enzima
importante do sistema imunológico
Sistema
nervoso autônomo
Estudos
experimentais relativos aos efeitos da meditação sobre sistema nervoso autônomo
têm evidenciado que, além da redução da pressão arterial e da frequência
cardíaca, tem sido observado também a redução do consumo de oxigênio, da
eliminação de gás carbônico e da taxa respiratória, o que indica uma diminuição
da taxa do metabolismo. É com base nessa capacidade
que a meditação tem revelado, de influenciar em processos psicobiológicos autonômicos,
que ela tem sido considerada como uma técnica eficaz autoregulação / biofeedback
Estresse
Estudos
de acompanhamento descobriram que a meditação auxilia no controle e melhora
a, adaptação ao estresse, pois aquele que medita relaxa com mais
facilidade depois de experiência desafiadora. Isto permite que o meditador regular
consiga perceber com maior precisão a intensidade da experiência estressante diminuindo
o seu impacto emocional e suas consequências fisiológicas
Hábitos
doentios
Pessoas com o transtorno do comer
compulsivo ( bulimia) que utilizaram a meditação com parte de seu processo terapêutico,
tiveram a freqüência e a intensidade de seus episódios diminuídos
Genética
Mas o
mais surpreendente são os resultados que revelaram que a pratica regular da meditação pode reduzir os genes envolvidos na
resposta inflamatória e promover os genes associados à estabilidade do DNA
reduzindo a incidência a câncer e aumentando a longevidade
A despeito dos inúmeros benéficos da meditação sobre
a saúde humana, comprovados cientificamente, é importante salientar que o
tratamento adequado é aquele que leva em conta a abordagem integral do ser humano onde além do tratamento
convencional, são utilizadas técnicas alternavas relacionadas a medicina em energética,
associadas a outros os recursos complementares, como uma pratica regular de exercício,
a dieta equilibrada e período de sono
adequando . Neste contexto a meditação
ser reveste de importância fundamental para o sucesso do tratamento.
Com esta publicação, concluímos a abordagem teórica
sobre os tópicos que organizamos para cobrir este tema. Agora, face o interesse
demonstrado pelos nossos leitores sobre este assunto decidimos brindá-los na próxima
postagem, com uma parte pratica através da apresentação da mediação a Divina Presença focada no controle da
imunidade. Até lá!
Dr. Luiz
Hermínio