domingo, 10 de maio de 2020


O distanciamento social e os distúrbios da coluna vertebral sob a visão da medicina energética


Preliminarmente quero expressar o meu reconhecimento ao imprescindível papel dos ortopedistas e dos especialistas em atividades correlatas, no diagnóstico e tratamento adequado das doenças da coluna vertebral. Ocorre que, exerço a medicina sob a concepção holística (Medicina Energética), segundo a qual os elementos emocionais, mentais, espirituais e físicos de cada pessoa formam um sistema inter-relacionado e portanto, devem ser abordados de forma integrada, associando-se os recursos da medicina convencional aos da medicina alternativa, mais apropriadamente entendida como medicina complementar. De acordo com esta visão e sintonizado com a minha linha de estudos e prática médica, me permito fazer uma abordagem sob o ponto de vista psicobioenergético da repercussão do distanciamento/isolamento social sobre o estado de saúde físico e emocional das pessoas, sem diagnostico de COVID-19, em especial sobre a coluna vertebral.

Tenho observado, na minha atividade clínica, não só agora nesta época de grande tensão emocional por conta da COVID19, mas também em diversas outras situações de stress crônico, uma maior incidência de aparecimento ou agravamento de incômodos na coluna vertebral sem uma causa aparente. Portanto agora, com as tensões geradas pelo distanciamento social e para alguns o isolamento quase total, não é de se estranhar que estes tipos de distúrbios da coluna se reproduzam com maior frequência. No entanto, em geral as pessoas atribuem estes distúrbios apenas a fatores físicos tais como: tempo prolongado em frente ao computador ou a televisão, descuidos posturais ou falta de exercício regular, etc.

É evidente que esses fatores, isolados ou associados, podem ter sua parcela de contribuição na geração dos distúrbios da coluna vertebral, no entanto nunca devemos desprezar    a influência que os pensamentos e emoções exercem sobre o funcionamento do nosso corpo físico. Portanto quando sentirmos um desconforto na coluna, devemos examinar também o nosso estado d’alma a fim de verificar a existência de conflitos entre nossa atitude externa e os nossos sentimentos mais profundos, visando corrigir a dissintonia causadora do desequilíbrio energético responsável pelo incomodo físico. Por isso a busca do autoconhecimento é muito importante, para que possamos progressivamente entrar em sintonia com a nossa essência e assim harmonizarmos a expressão dos nossos sentimentos, pensamentos e atitudes com o nosso padrão espiritual mais profundo.  Seguindo esta linha de raciocínio vamos tentar, a partir daqui, aprofundar nossas explicações.

Em primeiro lugar, torna-se imperativo destacar que, uma questão fundamental para o entendimento dessa abordagem é   o conceito de corpo. Há duas visões básicas sobre o tema. Uma visão materialista que considera o corpo uma máquina biológica maravilhosa e a consciência como sendo resultante de um conjunto de reações eletroquímicas cerebrais. Para estes não há alma, quando morre o corpo desparece a consciência. Já os vitalistas, defendem que o corpo humano é um conjunto de complexos campos de energia em interação com o universo, governado por um princípio vital inteligente que é o espírito. Para estes, a consciência é um atributo do espirito que é imortal, e o cérebro seu meio de expressão. Assim ao morrer o corpo físico, a consciência segue para outras dimensões, vinculada às camadas energéticas de padrões vibratórios mais elevados. Neste sentido, se acreditarmos que somos apenas um corpo físico, apenas um tratamento material poderá nos curar, quer seja medicamentoso ou cirúrgico, mas se aceitarmos a concepção de que somos um espírito que habita um corpo multidimensional que se expressa através de pensamento sentimento e a atitudes, então um tratamento energético espiritual poderá nos ajudar a alcançar a cura dos nossos males.

Nesta perspectiva, acredita-se que o espírito faz uma ponte com o corpo físico através   de uma camada especial do campo energético humano chamada de corpo etérico, que se constitui a matriz energética que molda a estrutura e regula o funcionamento e do corpo físico. O espirito, em última análise é uma extensão do Espírito Supremo - Deus. Ele representa a força maior, a energia que move o mundo e abastece o corpo humano com energia vital. Esta energia procedente do mundo espiritual penetra no corpo através de centros de energia chamados chacras, cada chacra alimenta um sistema orgânico e está associado a um nível de consciência, influenciando, portanto na forma de sentir, pensar e agir. Esta energia sutil circula no corpo através de canais chamados meridianos, sendo a coluna vertebral o canal principal de circulação energética, onde estão situados os principais chacras.

Apesar da energia pulsar para cima e para baixo no canal medular, há uma força resultante ascendente que vai promovendo gradativamente a abertura e maturação dos chacras e com isso a ampliação do estado de consciência, possibilitando a descoberta de novas potencialidades de cada indivíduo.  Estas potencialidades de expressão do ser, nem sempre são aproveitadas, na maioria das vezes são bloqueadas por circunstancias adversas da vida, como a que estamos enfrentando agora com a COVID-19, perturbando o fluxo de energia vital, consequentemente prejudicando o funcionamento de órgãos ou sistemas. Dependendo da importância do sistema comprometido o desequilíbrio pode se estender para todo o corpo e ameaçar a vida.

Adotando como base as informações acima, passo a abordar agora a questão do distanciamento social e sua influência nos problemas da coluna vertebral. Primeiro, gostaria de dizer que ao meu entender os relacionamentos são o “oxigênio da vida”.  Vive-se com pouco oxigênio, mas vive-se mal, todavia sem oxigênio não se vive, assim um isolamento total tem o significado de uma morte virtual. Todavia é mister destacar que não é o que estamos passando agora, porque não estamos sob isolamento total, existem vários tipos de comunicação entre as pessoas que estão cumprindo o distanciamento social. Todos temos tido a oportunidade de contato com o mundo externo, quando   por exemplo, frequentamos o sistema de abastecimento em busca de gênero alimentícios, também temos a possibilidade de acesso ao que está se passando no mundo através dos meios de comunicação e também podemos nos comunicar como nossos familiares por meios eletrônicos. No entanto, há de se convir que as restrições afetivas na relação sócio familiar a que estamos submetidos traz um grau de sofrimento considerável, cuja repercussão varia de pessoa para pessoa a depender da forma como cada um administra esta situação adversa.

 Quando o indivíduo investe no autoconhecimento, descobre seus talentos e limitações pode desenvolver seu potencial divino de forma equilibrada sem produzir doenças, mas na maioria dos casos, como mencionado acima, isso não acontece, a pessoa aproveita oportunidades que a vida lhe oferece ou decide por influencias de terceiros, gerando uma dissintonia entre o corpo a mente e o espírito expressa em mal-estar físico ou psíquico. Quando a pessoa está alinhada com seu espírito, sua energia flui livremente pela sua coluna abastecendo seus sistemas e propiciando a revelação plena do ser através da expressão de sua criatividade no plano cientifico, cultural, artístico, esportivo ou espiritual, como por exemplo através do exercício da solidariedade humana, tão importante na atual crise.

Acontece que, num momento de distanciamento social como o que estamos vivendo agora, há limitações à expressão plena deste potencial divino, a energia não flui livremente pelo nosso canal principal energético, nossa coluna fica congestionada e o mínimo esforço ou postura inadequada pode produzir inflamação, compressão de nervos e dores aparentemente inexplicáveis. Contribuem ainda, para agravar essa situação o sedentarismo, o stress, a ansiedade, o medo, a insegurança e a incerteza produzidos pela crise da COVID-19.  Nestas situações, é imprescindível a consulta com o ortopedista para fazer o diagnóstico preciso e emitir a orientação terapêutica adequada, mas também é igualmente importante uma avaliação psicoespiritual para podermos descobrir possíveis causas energéticas daquele desconforto.

Assim, penso que o primeiro passo para evitarmos o desequilíbrio energético e mantermos a serenidade diante da atual crise é a aceitação pacifica de que o distanciamento social é uma medida necessária e imprescindível para a preservação da saúde e da vida humana. Mas devemos também refletir sobre outros pontos que nos ajudam nesta direção: 1) Por mais alarmante que seja as notícias veiculadas na mídia esta crise passará; 2) Valorizar o fato de estarmos tendo condições materiais de suportar este sofrimento - ter o teto e o pão de cada dia 3) Apesar das carências afetivas e a impossibilidade exercermos atividades externas, estarmos juntamente com nossos familiares  em bom estado de saúde 4) podermos  nos comunicar por via eletrônica com nossos entes queridos.

Mas não basta esta consciência, é preciso desenvolvermos, neste momento de afastamento, uma programação para expressarmos nossas potencialidades que poderia compreender dentre outras aspectos : 1) atividade física regular em  domicilio; 2) Atividade criativa tal como o pintar, tocar, bordar, escrever 3) Atividades recreativas tais como jogos de cartas, assistir um bom vídeo, ler bons livros, ouvir boa música 4) Sessões de relaxamento e meditação diárias 5) Contato regular com familiares por meios  vídeo chamadas pelo celular 6)  Filtrar os noticiários que prestigiam as notícias alarmantes .

 Assim, segundo esta visão acreditamos que, se adotarmos nesta quadra da vida, um esquema que leve em consideração as sugestões acima, nossa energia divina circulará na coluna vertebral em um nível adequado, evitando congestionamentos, deixando-nos menos vulneráveis aos distúrbios osteomusculares e não só isto, contribuirá para alcançarmos a almejada serenidade para enfrentarmos com maestria estes dias difíceis.

Dr. Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira