quinta-feira, 26 de outubro de 2023

 

O  Grande Homem e a família dos Hermínios


No próximo dia 14 de novembro às 19 hs (terça feira) no salão do Bar Varanda do Iate estaremos lançando o livro “ O Grande Homem”. Trata-se da biografia do meu pai, Luiz Alves de Oliveira, casado com Maria Hermínia de Aguiar Oliveira (Neném) exemplo de um amor eterno que, como meu pai descreveu em seu diário, fora um amor sobrenatural, um amor que estava além da compreensão humana. Minha mãe foi para nós uma dádiva de Deus, uma pessoa extremamente talentosa, carinhosa, conciliadora e cuja virtude maior era a solidariedade humana, qualidade esta também registrada na biografia de meu pai. Neste livro procuramos revelar toda a paixão, respeito e admiração que meu pai nutria  por minha mãe. Também destacamos o gosto e o zelo com que ambos cuidaram da família - uma numerosa prole de 14 filhos. Se preocuparam com o nosso desenvolvimento integral, nos proporcionando acesso a ciência, cultura e lazer e sobretudo souberam nos ensinar a valorizar no dia a dia da vida a solidariedade humana, a espiritualidade e o respeito aos valores morais, cujos detalhes desta nobre missão são descritos no livro em tela. A maior expressão do amor que meu pai nutria por minha mãe, está consubstanciada na magistral ideia que teve de dar a todos os seus filhos um nome composto, em que o segundo nome sempre seria Hermínia ou Hermínio, gerando assim a Família dos Hermínios, que tem se destacado na sociedade sergipana não só pela eficiência técnica nas áreas  que abraçaram mais sobretudo pela expressão de solidariedade humana e amorosidade decorrentes da educação proporcionada pelos seus pais. Um outro aspecto que registramos no livro é a devoção da nossa família ao Papa Pio XI, para nós considerado como um santo, em função de milagres que alcançamos através da sua intercessão, tornando nosso pai um incansável defensor da sua canonização.  Em função dessa especial devoção, nossa família decidiu homenageá-lo nomeando as instituições profissionais criadas pelos Hermínios como Organizações Pio XII.

Quanto aos aspectos pertinentes a biografia do meu pai, por uma questão de objetividade, valemo-nos do resumo do livro apresentado na sua contracapa, para lhes dar uma ideia do conjunto da obra.  Espero contar com presença de todos no lançamento do livro sobretudo daqueles que valorizam a família, o amor e a espiritualidade humana

Resumo do livro:

 Este livro conta a história de Luiz Alves de Oliveira, um menino de origem humilde que, com os recursos que recebia como entregador de carvão, por uma inspiração divina, decidiu comprar os livros adotados pelos professores de sua escola, para se aprimorar e ensinar aos seus colegas de turma, a fim de complementar os recursos para a sua subsistência. Nesta senda, se tornou professor de português, francês, inglês, matemática. O hábito de eterno estudante, o tornou uma pessoa muito culta e intelectualmente preparada para enfrentar com maestria todos os tipos de adversidades da vida. Mas não foi só está característica que o fez se tornar um “Grande Homem”, foi sobretudo um elenco de virtudes que possuía e que são detalhadamente descritos neste livro como:  o hábito de registrar tudo em sua agenda pessoal, a valorização da meritocracia, da objetividade e eficiência, o poder do pensamento positivo e sobretudo o elevado espirito de solidariedade humana e a inabalável fé em Deus.  Uma demonstração inequívoca do brilhantismo de sua trajetória de vida foram os inúmeros “cognomes honoríficos“ que recebeu da sociedade pela proficiência das suas atuações como:  o Protetor de todos, o Solucionador de Problemas, o Advogado dos Humildes, o Guerreiro do Cooperativismo e o Salvador do Treze. Por tudo isso, este livro se constitui uma minienciclopédia sobre os atributos indispensáveis para vencer as adversidades da vida, por esforço próprio, e se constituir num cidadão, com qualidades intelectuais, morais, e espirituais, capaz de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

 Obrigado.  Até lá

Dr. Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

 O Núcleo de Deus no Cérebro Humano

 
      Um dia desses estava na urgência de um hospital desta cidade prestando assistência a uma amiga/paciente, que sofrera um traumatismo craniano por queda em seu domicílio. Num determinado momento, quando a situação parecia sob controle, a paciente passou a apresentar subitamente um quadro de agitação psicomotora e agravamento dos seus sinais vitais. Naquele momento de aflição, quando eu iria sugerir a colega plantonista uma intervenção medicamentosa mais agressiva para conter aquela assustadora crise, eis que sua filha,  muito tensa, parecendo expressar ingenuidade, mas com certeza sua elevada fé em Deus disse, mãe vamos rezar e começou: Ave Maria cheia de graças...Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita vossa vontade assim na terra como nos Céus... ... Salve, Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!... A medida que a sequência de orações foi avançando a paciente foi acalmando progressivamente e adormeceu sem auxílio de nenhuma intervenção medicamentosa.

Este episódio me fez reforçar a convicção de que “um núcleo de Deus” presente no cérebro da paciente fora estimulado com aquelas orações e produziu aquele surpreendente resultado. Nesta perspectiva, como professor aposentado de Fisiologia Humana da Universidade Federal de Sergipe, não hesito em afirmar que estou defendendo um ponto de vista cientificamente sustentável. Senão vejamos:  é conhecimento cientificamente consolidado que nosso cérebro tem áreas sensoriais especializadas na identificação de determinados estímulos específicos tais como audição, gustação, visão, olfação cujo nome tem a ver com as funções especificas que realizam. Portanto nada mais razoável admitir que um núcleo cerebral que é sensível a uma mensagem espiritual seja considerado e denominado um “Núcleo Espiritual” ou “Núcleo de Deus” como tem sido divulgado em algumas publicações cientificas. Aliás este entendimento, de que há uma área cerebral que reúne um conjunto complexos de sinapses cerebrais especialmente sensíveis aos estímulos relacionados à espiritualidade tem sido cientificamente comprovado por exames de imagem conforme demonstrado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, coordenados pelo neuroradiologista Jeff Anderson (1). Eles, realizaram um experimento com 19 jovens e adultos que seguiam a religião Mórmon. Nesse período, seus cérebros foram escaneados usando um equipamento de ressonância magnética. Os resultado dos  exames revelaram que os sentimentos espirituais ativaram o “Núcleo Accumbens”, região responsável pelo processamento dos circuitos de recompensa e que também era ativada por outras experiências como amor, a música  e  sexo. E também constataram que:  Quando os participantes foram instruídos a pensar sobre um ‘Salvador’, sobre estar com suas famílias eternamente, sobre recompensas celestes, os seus cérebros e corpos responderam fisicamente” (Michael Ferguson, coautor do estudo.)

Portanto, a questão principal em discussão na atualidade é se este núcleo seria uma criação da mente humana ou se nascemos com ele como um desígnio do criador. Ou seja, se o criador nos haveria distinguido das demais espécies nos concebendo com um núcleo cerebral capaz de sentir a nossa ligação espiritual com Ele. Neste campo de reflexão destacam-se duas correntes de pensamento. Uma defendida pelos espiritualistas e outra pelos materialistas.  O ponto crucial de conflito destas duas correntes está relacionado a compreensão se a mente seria produto do cérebro por conseguinte de sua bioquímica ou a mente seria algo imaterial que transcende os limites do cérebro e que teria alcance inimagináveis.

Para os que acreditam que a mente é produto de reações químicas cerebrais, o instigante fato relatado acima seria resultado de um processo de desenvolvimento da fé, trabalhada ao longo da vida pela nossa estimada amiga. Com certeza, neste caso eu poderia confirmar que este processo realmente existiu. Trata-se de uma pessoa que sempre buscou em Deus a força para superar suas adversidades. E este núcleo repetidamente exercitado na caminhada da vida produziu naquele momento a resposta compatível com a fé em Deus que sempre nutriu ao longo da sua existência. Mas a questão mais importante que não pode ser desprezada é se este núcleo já existia dentro dela e foi desenvolvido com o exercício da fé em Deus ou se ele foi gerado a partir da pratica espiritual frequente. Para investigarmos esta questão torna-se necessário avançarmos além dos limites da neurofisiologia e fazermos uma incursão na história de nossos antepassados, sua origem e sua evolução.

Nesta senda, ao nos debruçamos sobre a história de escravizados, indígenas e diversos povos que cronologicamente nos antecederam vemos que muitas vezes estas populações são avaliadas de forma preconceituosa e são estigmatizados como primitivos, culturalmente inferiores e até selvagens. Porem se nos despojarmos do olhar colonialista, veremos que todos esses povos originários tinham rituais e práticas espirituais elevadas e relações estreitas com suas divindades. Portanto a história isenta de preconceito nos revela que precedendo a civilização, o homem primitivo acreditava na existência de uma dimensão que transcendia os limites do mundo material e que alimentaram suas crenças,  mitos,  cultos e deuses.

Por outro lado, ao aportarmos a essa discussão a teoria da evolução das espécies (Charles Darwin) vamos nos defrontar  com uma questão polêmica envolvendo a ciência e a religião, pois segundo esta teoria é o ambiente, por meio de seleção natural, que determina a característica do indivíduo que o tornaria mais bem adaptado ao local em que vivia  e portanto com maiores chances de sobrevivência se contrapondo portanto aos ensinamento bíblicos, segundo os quais o homem, assim como tudo o que existe no Universo, é criação de um ser superior e segue os seus desígnios.

  Segundo a teoria evolucionista o “Homo Sapiens Sapiens”, nome dado à espécie dos seres humanos, evoluiu a partir do Homo erectus, espécie antecessora que surgiu há cerca de 1,5 milhões de anos e já possuía características fisiológicas bastante semelhantes ao do homem moderno. Antes do seu surgimento, aproximadamente 300 mil anos atrás, outras subespécies de “Homo Sapiens” habitaram a Terra, no entanto apenas o “Homo Sapiens Sapiens” conseguiu sobreviver.  Não se sabe exatamente a causa deste feito, no entanto a maioria dos pesquisadores defende que, provavelmente a capacidade do “Homo Sapiens Sapiens” de pensar e criar, os capacitou para responder de diferentes formas às diferentes situações adversas, constituindo-se fator decisivo para sua sobrevivência.

Para os espiritualistas o “Homo Sapiens Sapiens”, dominou todas as outras classes por uma inteligência especial, ilimitada, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas imateriais e o conhecimento de Deus. Ou seja  a natureza espiritual do homem exerceu predomínio sobre sua natureza  material  capacitando-o  a vencer os desafios para sua sobrevivência e experimentar em sua consciência a sensação  da perenidade. Esta linha de raciocínio nos permite defender a idea de que o surgimento do núcleo da espiritualidade na espécie humana possa ter se constituído no marco mais importante da evolução da nossa espécie extrapolando as suas características biológicas adaptativas. Esta característica surgida num determinado momento da nossa cadeia evolutiva nos distinguiu de todos as outras criaturas ao possibilitar a interação criatura/criador através de processos espirituais como a oração. Sem sombra de dúvidas esta capacidade amplia a possiblidade de superar desafios e encontrarmos soluções em situações que parecem intransponíveis, por nos permitir acessar forças que transcendem os limites do mundo material .

Pelo exposto, creio que nascemos trazendo uma caraterística única entre todas as espécies, uma área cerebral sensível a estímulos espirituais, que possibilita fazermos uma ponte com o mundo imaterial. Esta capacidade ao nosso ver é o nosso potencial divino, que poderá ser desenvolvido ou não pela prática espiritual. Lamentavelmente, pelas amarras do mundo material, ao invés de aprendermos a desenvolvê-la, aprendemos a bloqueá-la.  Mas, com certeza esta qualidade faz parte da nossa essência e felizes aqueles que num momento de aflição, conseguem fazer uma ponte com Deus, acessando forças poderosas que transcendem o nosso conhecimento e são capazes de produzir resultados que a ciência muitas vezes não consegue explicar.

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(1)Religious Experiences Activate Same Brain Pathways As Sex And Drugs - https://www.iflscience.com - published November 29, 2016

 

 

sábado, 29 de abril de 2023

  O PROJETO DE CURA PESSOAL

 

                                               Introdução

Tudo no mundo é energia e tudo que acontece fica registrado no campo de energia universal. Estes registros influenciam nossos campos de energia de acordo com a proximidade dos fenômenos que acontecem em nosso círculo relacional, portanto somos todos afetados por tudo que acontece aos nossos semelhantes, pois somos campos de energia integrados ao universo e tudo se comunica produzindo reflexos positivos ou negativos em nossas vidas.

Se admitirmos que não somos apenas uma máquina biológica maravilhosa, mas sim um espirito que habita um corpo que pensa e que sente e que pensamentos e sentimentos são formas de energia que impressionam o campo de energia individual e modificam o campo de energia universal deduziremos que não somos consequência apenas da nossa constituição genética, mas sim de uma complexa trama energética universal

Este ideia está em sintonia com o pensamento expresso por Francis Collins Chefe do Projeto Genoma Humano (1) no seu livro  “A linguagem de Deus” : ...“ a meu ver apenas a sequência de DNA , mesmo acompanhada por um imenso  baú do tesouro com dados sobre funções biológicas nunca irá esclarecer determinados atributos  especiais dos seres humanos , como o conhecimento da lei moral e a busca universal por Deus”   e  acrescenta: “ ... este  estudo ajuda a revelar como o nosso genoma dá origem às nossas características biológicas, mas a história da humanidade não está escrita apenas nos genes. Além da história genética, nós possuímos uma história pessoal. Sabemos que o estudo do nosso genoma não pode nos dizer como nosso ambiente pessoal (relações, culturas e histórias) nos formam como pessoas”

Desenvolvimento humano

O processo de desenvolvimento humano é um processo gradativo que se inicia por ocasião do nascimento. Em verdade a pessoa vai se revelando progressivamente como uma planta, cuja semente ao produzir o primeiro broto ainda não   expressa todas as suas características, mas sim um potencial para revelá-las.

Se analisarmos detalhadamente o desenvolvimento do embrião humano é impossível não sentirmos que há uma programação oculta dirigindo o processo. E, não tem logica imaginar que ele se encerra com o nascimento pelo contrário é mais razoável admitir que ele se prolonga por toda a vida. Acreditamos que esta programação não se restringe apenas aos aspectos biológicos, mas também ao desenvolvimento da personalidade humana. Como cada pessoa tem sua individualidade cremos também que cada criatura é guiada por um centro imaterial/energético   específico que segundo algumas crenças religiosas seria o nosso espirito.

Este centro transmite   continuamente vibrações para o nosso corpo atravessando camadas mais sutis do campo de energia até alcançar as camadas mais densas do corpo físico contribuindo para o desenvolvimento físico e espiritual do ser humano. É um processo dinâmico permanente que corre por fases de acordo com ativação sucessiva dos nossos centros de energias (chacras). Cada chacra ativado proporciona oportunidade de expansão da consciência e de desenvolvimento da personalidade. Esse processo é dirigido pelo nosso eu superior, mas o indivíduo tem o livre arbítrio de seguir ou não essa orientação. As vezes somos forçados pelas circunstâncias ou preferimos seguir as decisões do nosso eu inferior vinculado às demandas e cobranças do mundo material.  Esse conflito gera bloqueio no fluxo de energia vital do nosso corpo que depois de um determinado tempo produzirá doenças físicas ou psíquicas 

Os níveis energéticos do nosso corpo devem estar alinhados de forma a cumprir harmonicamente nosso propósito de vida como a sintonia das sete notas musicais na execução de uma música. Os nossos sintomas físicos ou psíquicos têm origem remota e decorrem de desequilíbrio no fluxo de energia vital em consequência de  um desalinhamento do plano espiritual com o plano material na execução de nossas ações. O estudo dos sintomas nos possibilita identificar os níveis de energia perturbados e consequentemente tentar descobrir as causas das perturbações e buscar através de práticas energéticas apropriadas o reequilíbrio energético do individuo.

O projeto de cura

O projeto de cura tem como objetivo primordial a harmonização corpo, mente e espirito, visando melhorar a qualidade e vida do paciente como um todo e não apenas curar uma doença especifica. Ele é um processo de aprendizado e crescimento que se prolonga por toda a vida

O projeto de cura pessoal é um dos pilares da medicina energética que praticamos no dia a dia do nosso consultório. A construção desse projeto tem como ponto de partida o diagnóstico da situação geradora da enfermidade do ponto de vista holístico, envolvendo não só os aspectos clínicos (físicos e psíquicos) mas sobretudo as condições dos níveis energético e espiritual. A partir utilização de exercícios bioenergéticos, meditação, relaxamento e técnicas de neurolinguística buscamos modificar o padrão vibratório do corpo humano visando dissolver bloqueios que impedem o fluxo normal de energia vital restaurando o equilíbrio energético e consequentemente a saúde do paciente. Este processo incorpora todos os subsídios oferecidos pelos avanços da medicina convencional e tem ajudado muitas pessoas portadoras de doenças crônicas, algumas consideradas incuráveis ou minorar significativamente seus sofrimentos melhorando substancialmente sua qualidade de vida

Para o entendimento adequado deste tema torna-se necessário a compreensão mais completa da estruturação do corpo humano levando em consideração não apenas suas características  físicos e funcionais  , mas sobretudo sua organização energética, conforme planejamos abordar em nossa próxima palestra (27/05/23) que versará justamente sobre o tema objeto desta postagem  Este evento  marcará a retomada de nosso ciclo de palestras após a pandemia (Programa de Autodesenvolvimento Renascer ).  Os interessados em assisti-la poderão inscrever-se através do contato de nossa clinica repassado abaixo

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(1)  Mapeamento da sequência química total do  DNA Humano

(2)  A linguagem de Deus” - Francis Sellers Collins ,  Editora Gente 2007 - 6ª Edição)

 

  


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

A ciência e a consciência social

 

     Indiscutivelmente os avanços científicos tecnológicos trouxeram grandes benefícios para humanidade. Mas, lamentavelmente nossa realidade demonstra que a ciência e a inteligência humana podem ser usadas tanto para o bem quanto para o mal da humanidade,  proporcionando-nos encantos e desencantos, como o que senti ao assistir a entrevista de um dos maiores investidores do Brasil. O entrevistado dava aula de sabedoria econômica. Descrevia com precisão, a fórmula infalível para o sucesso nos investimentos e fazia previsões sobre o futuro de investidores. Parecia um profeta da economia. Falava com autoridade de quem um dia fora um garoto muito pobre e hoje era um dos homens mais bem-sucedidos do Brasil. Até aquele ponto da entrevista parecia que a inteligência e a ciência juntas proporcionariam sempre resultados positivos para as pessoas e consequentemente para a humanidade. Ledo  engano, que o próprio entrevistado iria desfazer de forma tão sincera quanto contundente, ao exaltar o seu acerto em um investimento que fizera numa grande empresa brasileira fabricante de armas. A esse respeito esclareceu que além do poder executivo, legislativo e judiciário havia um quarto poder muito importante no mundo – o poder bélico. Astuciosamente esclareceu que não era a favor deste poder, mais reconhecia a sua existência e sua pujança na atualidade. Destacava a excelência da empresa e a qualidade do produto produzido sem levar em consideração que estava tratando da eficiência de um instrumento para extinguir vidas humanas. Ele ressaltou repetidamente que seu interesse maior era auferir sempre uma maior quantidade de dividendos* pelas suas ações nas empresas.  Foi neste ponto da entrevista que me veio a reflexão: qual teria sido a sensação deste individuo quando soube da deflagração da guerra Rússia e Ucrânia, teria sido de tristeza ou euforia pela a possibilidade de auferir maiores lucros com a valorização de suas ações numa empresa fabricante de armas. E agora, diante da guerra instalada será que torcia pelo final da guerra ou pela sua continuidade.  Infelizmente esta não é uma situação isolada, pelo contrário é uma situação que se reproduz também em outros tipos de investimentos como em empresas que exploram economicamente os vícios humanos como o uso do álcool e cigarro. O objetivo principal de uma fábrica de cigarros ou bebidas alcoólicas é sempre formar uma base cada vez maior de viciados para elevar suas vendas, portanto depreende-se que um investidor astuto haverá de almejar a ampliação dos lucros destas empresas, ampliando o ganho com seus dividendos. Assim, haveríamos de nos perguntar seria ético investir um setor do mercado que vicia seus clientes, gerando uma dependência química e ampliando o estado de miserabilidade da população e onerando o sistema de saúde do País?

 Da análise acima deduz-se que, enquanto a maioria da população desfavorecida dos benefícios do desenvolvimento socioeconômico carece de investimentos em áreas que produzam o bem-estar social, uma parcela significativa de investidores apostam em empresas que atuam na contramão dos valores morais e espirituais que defendemos. Panorama este, predominante nos sistemas capitalistas, em que indivíduos e instituições lucram investindo no trabalho de terceiros, sem qualquer preocupação com o bem-estar do conjunto da sociedade.  O exemplo acima mostra que ciência sem a consciência crítica do seu papel social e distanciada do respeito aos valores morais e espirituais pode ser um instrumento usado para o bem de poucos e a infelicidade de muitos, o que deve   suscitar nossa reflexão:  seria possível com o poder na mão de poucos, interessados em seus dividendos, explorando as atividades dos que trabalham, construirmos uma sociedade justa e igualitária?  Mesmo sendo difícil é preciso sonhar e trabalhar para que isto se torne realidade.

 

Dr. Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira

 

 

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*Nome dado à divisão dos lucros de uma empresa entre seus acionistas.