sábado, 27 de junho de 2020


ESTRESSE
PARTE 2

 
Introdução

Com esta postagem, concluímos a abordagem dos mecanismos neuro-hormonais relacionados a imunidade, necessários para o entendimento da relação deste processo com campo de energia humana, que será objeto das próximas publicações sobre o tema

Na última postagem, concluímos nossa exposição, apresentando o Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Adrenal (EHHA) como sendo a principal via de expressão das alterações fisiológicas promovidas pelo Estresse. A seguir relembraremos, de forma esquemática a participação das principais estruturas envolvidas na resposta do organismo ao estresse:







Apesar do estresse prejudicar o conjunto da produção hormonal da Adrenal alterando amplamente o metabolismo corporal, os estudos demonstram que o cortisol é o principal responsável pela imunodepressão ocorrida nesta situação, portanto em função do objetivo desta publicação, será o hormônio a ser destacado na exposição seguir.

Efeito do estresse sobre a imunidade

          Nas situações de estresse, o Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Adrenal (EHHA) é ativado por agentes estressores que levam a liberação do hormônio Corticotrofina (CRH) pelo hipotálamo), estimulando assim, a síntese e secreção de Adrenocorticotrofina (ACTH) pela hipófise que através da corrente sanguínea vai atuar na glândula Adrenal, proporcionando a síntese e liberação de seus hormônios específicos que vão se responsabilizar pela expressão dos principais efeitos do estresse.

Todos  hormônios produzidos pelas Adrenais  são essenciais a vida, porém , no caso de um descarga excessiva e continuada desses hormônios como ocorre no estresse crônico, tais alterações contribuirão para o aparecimento de doenças como patologias cardiovasculares (arteriosclerose, hipertensão, acidente vascular cerebral, enfarto do miocárdio), metabólicas (diabetes), gastrointestinais (gastrite, úlceras, colite), distúrbios do crescimento (nanismo psicogênico) ósseas (osteoporose), reprodutivas (impotência, amenorréia, aborto espontâneo), reumáticas (lúpus, artrite reumatóide), depressão, e baixa imunidade com a consequente vulnerabilidade a  infeções por vários tipos de agentes patogênicos (herpes labial, gripes e resfriados  e câncer. Pelo quantidade e diversidade de doenças citadas acima percebe-se a importância da adrenal para o funcionamento saudável do nosso organismo e as possíveis implicações das perturbações de seu funcionamento nos casos de estresse crônico

O estudo tem revelado que os eventos estressante quer físicos (atividades extenuantes) quer psicológicos geram um estado de imunossupressão. Apesar das evidencias da influência depressora sistema nervoso simpático sobre a imunidade, através da descarga excessiva e continua de adrenalina e noradrenalina, o cortisol produzido pelas glândulas suprarrenais após a ativação do eixo HHA, é o principal responsável por esta imunossupressão.

O cortisol é um glicocorticoide importante para o equilíbrio metabólico e energético do organismo e ainda influencia no funcionamento do sistema nervoso autônomo, por tudo isso é considerado um hormônio chave do estresse. Em situação de estresse crônico a excessiva a permanente liberação de cortisol na corrente sanguínea produz serias perturbações fisiológicas fragilizando a imunidade contribuindo para o surgimento de uma série de distúrbios psicológicos, perturbações do sono, fadiga crônica e doenças tais como diabetes e hipertensão.

O estudo tem revelado que o aumento excessivo de cortisol, deprime as defesas mediadas por anticorpos, células NK e linfócitos T e ainda reduz a produção de ocitocinas responsáveis pela ativação e diferenciação dessas células, se constituindo no principal causador da imunossupressão. Ou seja, no estresse crônico, os níveis de cortisol elevados, fragilizam o sistema imunitário deixando o organismo mais suscetível a infecções, doenças autoimunes e câncer.

         O propósito desta incursão na fisiologia neuro-endócrina, foi esclarecer ao nosso leitor, como a tensão emocional é convertida em impulsos nervosos, que promovem alterações na secreção hormonal e consequentemente modificações na fisiologia corporal e em especial sobre o sistema imunitário. Consideramos ainda, que estas informações são importantes, para que as pessoas possam dar a devida atenção ao controle do estresse procurando assumir atitudes que venham a fortalecer sua imunidade, especialmente agora nesta terrível crise gerada pela COVID 19, em que ainda não se descobriram os instrumentos precisos de prevenção e controle desta enfermidade. Na próxima seção abordaremos a questão da Energia Vital.  Até lá!


                        Dr. Luiz Hermínio
.















9 comentários:

  1. Ótimo texto, mesmo sendo necessário ter alguns conceito técnicos na postagem, o leitor, principalmente os leigos, consegue entender a mensagem expressa no estudo divulgado. Parabéns ao autor, pela forma e conteúdo tão importante.

    ResponderExcluir
  2. Mais um didático texto que explica como o estresse crônico influência o perfil neuro-hormonal e consequentemente a função imune.Parabens

    ResponderExcluir
  3. Parabéns! Admirável contexto, explica tudo um amplo, assunto para quem tinha dúvidas.

    ResponderExcluir
  4. Ótimos esclarecimentos para .nós leigos.Obrigada.Um saudoso abraço.

    ResponderExcluir
  5. Dr.Hermínio, mais um texto instigante que nos desafia ao controle da tensão emocional.
    Ter consciência do equilíbrio das emoções é, sem dúvida, importante e salutar.
    Muito grato, mais uma vez.
    Abraços

    ResponderExcluir