quinta-feira, 30 de abril de 2020


A COVID 19 e os riscos de uma pane mental

Tem horas que não temos disposição para nada. Parece que nossa máquina biológica trava. Não temos ânimo nem para nos divertir quanto mais para trabalhar. Outras vezes, menos frequentemente, acordamos com uma inusitada disposição para fazer alguma atividade recreativa ou laboral. E nas duas situações opostas, na maioria das vezes não identificamos um motivo concreto para explicar a nossa mudança emocional, o que nos leva a suspeitar que a causa daquelas alterações seja de caráter subjetivo.
Mesmo aqueles que não são experts em estudos da mente humana, vão compreender a partir da análise das situações descritas acima, que existe algo vivo em nossa mente, que alterna sua força como o comportamento do oceano, ora maré alta ora maré baixa, em consequência das mudanças energéticas que acontecem ciclicamente no universo. Este raciocino está em sintonia com a tese de que o microcosmo funciona tal qual o macrocosmo. Os dois estão submetidos às mesmas leis e reagem de forma semelhante, embora cada um à sua maneira. Assim os momentos de maremoto e de calmaria que temos conhecimento ocorrerem no oceano também se reproduzem em nós. Nesta linha de raciocínio podemos deduzir que as alterações de disposição para o enfrentamento da nossa labuta diária, descritas no início desse texto são decorrentes de alterações no nosso campo de energia.
 Neste particular, é importante esclarecer que nós não somos apenas um corpo físico, em verdade nós somos um conjunto de complexos campos de energia em constante interação com o universo, conhecido popularmente com aura.  A força da aura funciona para nosso corpo, no sentido figurado, como as fases de energia de uma casa. Quando uma fase cai, os aparelhos funcionam mal e se o problema persistir eles sofrem deterioração. Da mesma forma quando nossa aura expressa em sua plenitude, o brilho da nossa centelha de luz divina, nós sentimos a pujança da nossa força criativa para enfrentar o que der e vier. E quando por algum motivo nossa aura se acha embotada pela presença de várias áreas sombrias, nós perdermos força para enfrentar as adversidades da vida.
A questão que se coloca aqui então, é entendermos o que provoca essa alteração no nosso campo de energia. É o que vamos tentar explicar agora de forma resumida. O campo de energia humano, de uma forma simplificada é constituído de quatro dimensões principais: o corpo físico, mental emocional e espiritual. Estes corpos são expressões de energia, cada um em sua faixa vibratória especifica, a mais baixa é o físico e a mais elevada é a espiritual.
Pensamento, sentimentos e atitudes são formas de expressão energética. Se em nossa pratica diária, não identificamos atitudes capazes de gerar algum tipo de preocupação, remorso ou culpa, então o desequilíbrio energético responsável pelo nosso mal-estar deve decorrer de alguma perturbação no campo mental ou   emocional. Como por exemplo, um conflito ente o pensar e o sentir poderia ser a razão do nosso sofrimento. Não pretendo aqui me aprofundar na análise das prováveis causas do mal-estar, mas sim abordar de forma sintética o mecanismo responsável por ele, para que possamos tentar evitá-lo.  Nesta perspectiva vou usar com referência a atual tensão gerada pela COVID -19, para ilustrar como as informações alarmantes, e desencontradas exaustivamente divulgadas pela mídia podem perturbar nosso equilíbrio psicofísico.
Se valorizarmos a lógica dos acontecimentos atuais, aqueles que estão cumprindo rigorosamente as recomendações da OMS na prevenção da COVID- 19, apesar do noticiário alarmante, poderiam permanecer tranquilos. E se olhassem ao seu em torno e percebessem que os seus familiares também estavam tendo a mesma conduta e estavam todos saudáveis, todos teriam razões suficientes para se manterem num bom estado de espírito, apesar das carências afetivas   do isolamento. Entrariam num estado de gratidão a Deus por estarem bem, e poderiam então escolher, para preencher o tempo em afastamento social, entre   escutar uma música agradável, ler um bom livro, assistir uma boa “live”, fazer uma meditação e com muito mais propriedade orar por aqueles que estão enfrentando sofrimentos maiores que os nossos na   atual crise da COVID-19. Este cenário, seria capaz de manter o nosso campo energético num padrão vibratório mais elevado, nos tornando mais resistentes aos ataques do coronavírus, além de nos manter serenos e com um bom astral mesmo diante as atuais adversidades.
 Ocorre que a noite, ao ligar a TV, vamos imergir de cabeça e alma num “velório universal” com requintes de crueldade. A primeira notícia que vamos tomar conhecimento, em tom alarmante, é que o número de mortes em nosso país e no mundo aumentou significativamente. Depois vamos tomar ciência das mortes mais chocantes ocorridas no país. Em seguida vamos ser informados   nos mínimos detalhes do enredo da morte de alguns portadores do coronavirus desde a internação até o sepultamento. Vamos tomar conhecimento da precariedade das instalações hospitalares onde o paciente ficou interno.  Vamos também ouvir a justificada lamúria dos abnegados profissionais de saúde pela falta de condições para salvar aquela vida. Depois vamos conhecer as valas onde vão ser sepultados mortos e na sequência vamos ter acesso as entrevistas dos familiares traumatizadas com as perdas fatais, onde os repórteres vão tentar captar com máximo de fidedignidade a dor das suas emoções.
 Infelizmente o nosso sofrimento psíquico não para por aí, pois no próximo bloco, a funesta narrativa se repete, ao reprisar o mesmo drama vivido por outra família, com uma reportagem similar a anteriormente descrita, agora focalizando outra região do nosso País. Depois de cobrir as várias regiões do nosso Pais onde acontecerem mortes trágicas, o jornal agora vai vasculhar no mundo os acontecimentos mais chocantes para divulgar nos seus mínimos detalhes.  Tudo isso em nome de um “jornalismo verdadeiro e competente que coloca o ouvinte em contato com a pura realidade do que está acontecendo no Mundo”. Eles devem ter suas razões de caráter profissional ou quem sabe de outras ordens para atuarem assim. Mas o fato é que, depois de quase duas horas desse bombardeio com notícias profundamente tristes, saímos   arrasados do “velório universal” com uma “bolha de energia enorme” pulsante em nossa mente ameaçando explodir. Então, rezamos para Deus nos ajudar a conciliar o sono, mas não conseguimos êxito, amanhecemos o dia   cansados do bombardeiro das forças ocultas negativas em nossa mente, prejudicando nossa performance durante o dia e diminuindo nossa imunidade.
Portanto, temos que respeitar os nossos limites para suportar sofrimentos, que se ultrapassados podem causar a pane mental, a depressão e nos casos mais graves o suicídio.  Ou seja, temos nossas razões de sobra para filtrar, a bem da preservação do nosso equilíbrio psicoemocional, as informações que devemos absorver de um noticiário alarmante e contraditório. Nesta perspectiva,  eu me permito sugerir que busquem  assistir um jornal mais objetivo, menos alarmante, e mesmo assim quando anunciarem a manchete de uma cena chocante,  anulem o som ou mudem de canal , estas cenas não acrescentam nada a nossa em capacidade  de enfretamento da COVID 19, pelo contrário nos enfraquecem, e vou um pouco mais além,  proponho que  ouçam o jornal em dias alternados,  vocês não perderão  nada,  vão  ficar apenas desatualizados com relação ao número de casos de mortes causadas pelo coronavirus no Brasil  e no mundo. Por outro lado, estarão evitando uma sobrecarga mental nociva com consequências altamente negativas para sua saúde física e psíquica.




31 comentários:

  1. Excelente texto para que cada um reflita, e identifique o que é realmente importante para nós.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Alberto pela atenção dada ao texto. Grande abraço

      Excluir
  2. Uma benção esse texto, ja tenho feito uma filtragem em reportagens q ñ me fazem bem e agora mais ainda com todo seu aconselhamento científico! Jesus abençoe a nós todos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado fico feliz por você ter captado o sentido do texto. Abracos

      Excluir
  3. Texto bastante oportuno para o momento, nós dá suporte para melhor absorver toda essa problemática, criando outras saídas para aliviarmos tamanho sofrimento.

    ResponderExcluir
  4. É por aí. Temos que nos proteger e buscar a superação nos momentos de crise. Obrigado. Abracos

    ResponderExcluir
  5. Sempre querido Dr. Hermínio, parabéns por mais um instigante e reflexivo texto. O oportuno material nos ajuda a entender o comportamento de nossas energias, sobretudo, com a feliz analogia do "comportamemto do oceano". Estupendo!
    Se me permite, acrescentaria mais um momento fatídico que nos bombardeia a mídia das nossas terras: as narrativas dos fatos caóticos dos políticos tupiniquins. Eis, na minha humilde forma de ver o mundo, mais um motivo que ajuda a desequilibrar nossas energias pelo fato de não visualizarmos perspectivas positivas para esse nosso historicamente sofrido País. Além disso, as ações desses malfeitores, em sua maioria, corrobora com o sofrimento de todos nós, infelizmente.
    Registro, na oportunidade, minha satisfação em poder ler texto tão importante neste momento no qual estamos passando.
    Um sempre saudoso abraço.
    Paulo Heimar

    ResponderExcluir
  6. Obrigado meu amigo Paulo pelo seu comentário, sempre muito importante para o meu aprimoramento. Grande abraço

    ResponderExcluir
  7. Dr.Luz Herminio parabéns é uma reflexão muito boa explicativa compreensível e oportuna.Vou começar compartilhar para nós ajudar a colocar os pés no chão. Deus o proteja com mais sabedoria.Eu entendo dessa forma.

    ResponderExcluir
  8. Obrigado pela atenção. Grande abraço

    ResponderExcluir
  9. "Pensamentos, sentimentos e atitudes são formas de expressão energética". Cuidemos com muita atenção do nosso pensar, sentir e agir, nesses tempos de complexos desafios. Nos cuidar para sobreviver. Excelentes reflexões, adorei o texto! Bjs irmão, Andréa

    ResponderExcluir
  10. Excelente texto.Aborda o esvaziamento espiritual provocado por um jornalismo fúnebre e mórbido. Vamos alternar o dia do noticiário.Parabens.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E isso aí Herminio. É um recurso para nossa autoproteção. Abracos

      Excluir
  11. Bom dia Dr.Herminio
    Sou sergipano de Tobias Barreto, mas moro em Salvador BA.
    Achei bastante esclarecedor seu texto. Confesso que que esses noticiários macabros começavam a me deixar " pra baixo". Felizmente um amigo aí de Aracaju compartilhou seu texto e de agora em diante, vou procurar preencher esse tempo ocioso da quarentena com amenidades.Obrigado Saúde e Paz

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Alô meu conterrâneo obrigado pela atenção a meu texto,fico feliz de poder dar minha modesta contribuição para diminuir o sofrimento dos meus semelhantes neste momento de crise. Grande abraço

      Excluir
  12. Muito bom o seu texto. Nos ajuda a passar mais protegido por está fase terrível.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pela atenção. Fico feliz pela sintonia. Grande abraço

      Excluir
  13. Prof. Dr. Luiz Herminio, parabéns pela excelente e oportuna matéria esclarecedora, um bálsamo para todos nós. Deus lhe abençoe.

    ResponderExcluir
  14. Texto cirúrgico, toca na nossa alma e nos faz repensar o isolamento. Não estamos presos em casa, e sim protegidos. Não há mal que dure para sempre, palavras curam e o amor também. Beijos, Iris e Bento

    ResponderExcluir
  15. Iris e Bento, profundo e emocionante comentário. Obrigado pela atenção ao nosso texto. Obrigado.Abracos

    ResponderExcluir
  16. Essa abordagem amplia nosso entendimento para além da enfermidade física para acessar as beneces do isolamento social para o autoconhecimento e a abertura para novos rumos.
    Genial ,irmão !
    Alaíde Herminia
    Entender a

    ResponderExcluir
  17. Parabéns Dr Herminio, um belo texto para o momento que estamos passando.

    Prof. Jodnes Campus do Sertão

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Prof. Jodnes. Fico feliz com a sua atenção. Grande abraço

      Excluir
  18. Esta importante publicação, que acaba de fazer o Dr. Luiz Hermínio, nos mostra que ele ,apesar afastado do consultório, em nenhum momento se desligou da saúde física e emocional de seu grande número de pacientes que, por conta do isolamento social, está sem o seu atendimento presencial.
    O artigo mostra também que ele não está alheio ao sofrimento da sociedade, amedrontada que está com a real ameaça do Corona Virus e, como se não bastasse, vítima do bombardeio constante de um jornalismo excessivamente priorizador das catástrofes que, infelizmente, garante altos níveis de audiência.
    Sua explanação, feita na primeira pessoa do plural, sobre como funciona a mente e alma humanas, frente aos fenômenos que consciente e ou inconscientemente lhe são relevantes, chegou para mim como um bálsamo, um acalanto. Ouso dizer que ela na verdade é uma consulta médica oferecida a todos que tiverem a oportunidade de ler.
    Dentro desta minha linha de pensamento , chego a conclusão de que a preocupação com o bem estar do próximo é uma forma normal, espontânea de ser e de agir dos “Hermínios”.
    Somente para elucidar minha afirmativa, cito aqui a iniciativa de sua irmã, a homeopata Dra Angélica Hermínia que, logo no início desta pandemia, disponibilizou para seus pacientes, bem como autorizou o compartilhamento de uma prescrição homeopática visando preparar o organismo para um possível contato com o corona virus.
    Assim, Dr. Luiz Hermínio, seguirei fielmente suas bem fundamentadas recomendações e agradeço
    por mais este presente neste tempo de tanta insegurança que estamos vivenciando.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Antonia Roza pelo abalizado comentário. Fico feliz pela sintonia. Abraços

      Excluir
  19. Estou extasiada com tamanha objetividade e conhecimento de causa.Esta família tem se mostrado fiel aos conhecimentos cientìficos . Parabéns

    ResponderExcluir
  20. Obrigado pela generosidade do elogio. Grande abraço estamos juntos.

    ResponderExcluir