quinta-feira, 29 de agosto de 2024

 A importância de um guia espiritual



             No nosso cotidiano quando queremos adquirir alguma  habilidade especial, com certeza iremos alcançá-la mais    facilmente se procurarmos um professor qualificado para nos orientar.  Evidentemente que podemos atingir este objetivo sozinhos, como autodidatas, mas isto em geral torna o caminho mais difícil e na maioria das vezes cheio de idas e vindas pela falta de alguém mais experiente para nos orientar.  Portanto, depreende-se que, se nas nossas conquistas materiais sentimos a necessidade de alguém que possa nos orientar, com muito mais razão haveríamos de concluir pela importância de contarmos com um mentor para orientar nossas decisões no campo espiritual. Eu, na minha trajetória existencial, sinto-me privilegiado por ter contado sempre com a orientação dos mais pais em todos os estágios da minha vida e, na administração da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com alguns fieis amigos que foram meus valiosos conselheiros. Alguns destes preciosos orientadores já passaram para eternidade, e mesmo que estivessem presentes fisicamente entre nós, nem sempre estariam disponíveis para aconselhar-nos no enfrentamento das adversidades da vida, então a quem recorrer?  Acredito, que deveríamos recorrer ao nosso guia espiritual e nesta perspectiva discorrerei de forma resumida minha visão sobre o que é um guia espiritual e seu papel em nossas vidas, desatrelado de qualquer viés doutrinário, procurando tão somente expressar aquilo que sinto e que aprendi na minha incursão espiritual.

Os guias espirituais são seres de luz, capazes de nos orientar no cumprimento de nossa missão de vida. Eles estão em níveis variados de consciência, portanto podem ser acessados de acordo com o nosso padrão vibratório. Podemos nos   comunicar com eles a qualquer momento e podem nos passar orientação através de várias formas, sendo as principais a meditação e a oração.  Eles se revelam através de pensamentos que parecem surgir do nada, mas contém informações importantes para nos ajudar a tomar decisões e nos trazem uma sensação de paz quando as cumprimos, e permanecemos agoniados quando as ignoramos. Através desta comunicação, despertam nossa intuição e inspiração para solução de problemas que nos pareciam insolúveis.   Esta conexão funciona como um aconselhamento oriundo de alguém mais sábio do que nós, portanto num nível de consciência mais elevado que o nosso, consequentemente se naquele momento de aflição, conseguirmos controlar o estresse e procurarmos através da oração ou da meditação elevarmos nosso padrão vibratório, abriremos uma janela em nossa consciência para ouvirmos uma orientação espiritual elevada. Todavia, quando nos descontrolamos emocionalmente, baixamos nosso padrão vibratório, dificultando a conexão com espíritos elevados, podendo inclusive sofrer influência de espíritos de baixa vibração, agravando o desfecho da situação. Trata-se, portanto, de um processo de ressonância energética/espiritual que revela a importância de mantermos elevado o nosso padrão vibratório através de um comportamento sintonizado com os valores espirituais universais e com a pratica regular da oração e da meditação

A inspiração para escrever este texto, adveio de uma situação que tem se repetido com frequência no meu dia a dia. A última vez que aconteceu, era um dia de domingo e eu confraternizava com a família uma data especial, quando recebi a ligação de um paciente ansioso com o seu estado de saúde.  Afastei-me um pouco do ambiente para poder conversar mais reservadamente com ele,   mas mesmo assim o teor  minha conversa  foi percebido por um  familiar,  que me indagou se não seria mais adequado encaminhar o paciente para um serviço de pronto atendimento,  o que  parecia óbvio , no entanto a solução não era razoável para o caso em tela, uma vez que aquele paciente acabara de ter alta de uma urgência hospitalar,  após ter sofrido um crise hipertensiva,  que ainda não estava devidamente controlada, e ele tinha medo de vir  a  sofrer um “derrame” ( acidente vascular cerebral). Eu fui contagiado pela apreensão do paciente e pedi-lhe que medisse sua pressão e me informasse os valores apurados através do WhatsApp e assim comprometi preciosas horas do meu lazer naquele festivo domingo, tentado evitar que o pior acontecesse com meu interlocutor.

O fato relatado acima suscitou a seguinte reflexão:   teria sido está a escolha mais acertada no encaminhamento do caso? Do ponto de vista racional, pareceria que a   atitude mais sensata seria recomendar o retorno do paciente ao setor de urgência, isto me livraria das responsabilidades sobre o desfecho do caso e me permitiria curtir a confraternização familiar de forma mais tranquila. Mas este não foi o sentimento que tomou conta de mim alma naquele momento, algo me dizia ser melhor tentar complementar o tratamento domiciliarmente e se não houvesse uma resposta satisfatória recomendaria o retorno do paciente ao setor de urgência e assim o fiz. Graças a Deus, com as mudanças que fiz na prescrição, a pressão começou a ceder e o quadro do paciente foi normalizando gradativamente. No entanto apesar da situação ter sido controlada com sucesso, fui dormir com este questionamento na cabeça sobre a atitude assumida. Procurei relaxar e meditar sobre o tema e algum tempo depois brotou na minha mente uma mensagem tranquilizadora direta e profunda: “amai ao próximo com a si mesmo”. Então tive a sensação de que minha atitude naquele momento fora correta, pois postergar o atendimento, através de um retorno hospitalar, cuja a assistência poderia não ser imediata, face ao tempo de deslocamento, o protocolo de atendimento   e o volume da demanda do serviço de urgência poderia complicar o caso e o agravamento da situação, e incapacitar o paciente para o resto da vida , acarretando prejuízos irreparáveis para o conjunto de sua família.

 No  meio daquela  da meditação , fui induzido a refletir  sobre  a segunda parte da mensagem:  amar a si mesmo.  Naquela oportunidade aflorou em minha mente a compreensão, de que deveria saber filtrar cuidadosamente as situações que poderia socorrer emergencialmente, sem assumir responsabilidades que pudessem comprometer a minha reputação profissional e também prejudicar horas preciosas do meu convívio familiar.  Esta orientação parecia vir de um lugar acima do meu nível de consciência e de alguém que parecia me conhecer profundamente e que tinha preocupação em restaurar a minha paz. Esta voz oculta que parece vir do mundo espiritual se comporta como um mentor com mais experiência, inteligência e visão de mundo do que a nossa e portanto com capacidade de nos orientar sobre a melhor decisão a tomar em situações conflituosas.

 Situações como esta ocorreram inúmeras vezes na minha vida depois da minha incursão na área espiritual e então passei a crer na existência deste mentor e abri uma janela na minha alma para colher suas orientações.  E assim, num momento de grande comoção pelo diagnóstico de câncer em minha mãe, através de uma meditação recebi uma orientação que revolucionaria a trajetória da minha vida, incluindo uma mudança na minha linha de atuação profissional, que a partir dali passaria a ser focada na busca da integração da ciência e espiritualidade em prol da saúde humana. Nesta perspectiva, após ter exercido o cargo de reitor da Universidade Federal de Sergipe, fiz curso área de consciência energética integrativa que culminou com a criação do Espaço Renascer que hoje presta relevantes serviços a uma parcela de doentes em que a medicina convencional, as vezes nada mais tem a oferecer. Nessa nova linha de atuação profissional comprovamos a importância de um mentor espiritual para a orientação quanto as decisões sobre o nosso destino, conforme explicaremos a seguir.

O nosso cérebro é sede da personalidade e se constituí o nosso centro de decisão fundamentado no raciocínio lógico. Já o nosso coração, sede da alma, representa o nosso centro de decisão fundamentado nos nossos sentimentos mais profundos relacionados ao nosso espirito. Nesta linha de raciocínio podemos inferir que o nosso cérebro comanda nosso eu inferior ligado a terra e portanto sujeito a influência de suas demandas e normas vigentes. Ou seja, por meio   deste centro decidimos segundo as nossas necessidades de adaptação a sociedade visando reduzir prejuízos ou obter vantagens e assim nem sempre esta decisão está sintonizada com os princípios espirituais que respeitamos.  Já o nosso coração está sintonizado ao nosso eu superior (eu verdadeiro) ligado a Deus, portanto representa a expressão dos nossos verdadeiros sentimentos relacionados a nossa essência espiritual. Quando não conseguimos conciliar estes dois centros, ocorre um desequilíbrio no nosso campo de energia que resultará em mal estar físico ou psíquico, daí a importância de tentarmos conciliar a atuação destes dois centros em nosso processo de tomada decisão, visando preservar a nossa saúde e a nossa paz. Todavia, devemos reconhecer que isto nem sempre é uma tarefa fácil e as vezes parece impossível de concretizá-la, sobretudo quando não se tem a consciência precisa das consequências destas decisões para o equilíbrio psicofísico do ser humano, daí a importância de ouvirmos nossa voz superior (nosso guia) visando assumir    atitudes mais acertadas e benéficas para nós e para a sociedade de em geral.

                                            

                                                   Dr. Luiz Hermínio