Reflexões sobre Deus - Parte 3: Deus e a ciência
Introdução
Na primeira postagem descrevemos situações em que conseguíamos ver Deus na catástrofe causada pela pandemia. Na segunda postagem expressamos nosso entendimento de porque Deus não havia ainda debelado a pandemia. Estas duas postagens são consoantes com a crença na existência de Deus, agora vamos sintetizar o que diz a ciência a esse respeito.
Deus e a ciência
A
harmonia evidenciada pelas leis da natureza aponta na direção da existência de uma
superinteligência que não só criou mais gerencia sua criação de forma a mantê-la
em permanente equilíbrio. Cientistas tanto ateus, quanto agnósticos e também
céticos têm dito que parece existir um
fator que ajusta as condições do universo para que eles se apresentem da forma
tal como o conhecemos. Alguns identificam uma consciência planejadora,
outros falam num designer superinteligente outros veem o universo autoconsciente,
o certo é que estas descobertas
convergem todas para a presença de uma inteligência organizadora do universo.
Alguns acreditam que esta inteligência é Deus outros não. O fato é que esta
questão é muito complexa para ser devidamente esclarecida nesta postagem, por
isso optamos por apresentar uma síntese dos conhecimentos adquiridos na leitura
do livro Mostre - me Deus de autoria
do Jornalista científico Fred Heeren, publicado no Brasil pela Clio
Editora (Copyright 2008).
Um
aspecto curioso que nos despertou a atenção para a leitura deste livro, além do
seu título provocador, foi o fato deste jornalista se identificar claramente
como um cético interessado em investigar
a existência de Deus a partir de dados da ciência e da história. Neste
sentido é mister destacar as palavras do escritor na introdução do livro em
apreço (nota do autor): “...eu particularmente acho muito difícil
acreditar em alguma coisa que eu não possa ver ouvir cheirar ou tropeçar nela “. E revela também um seu grande dilema - apesar
de não acreditar em milagres pelos
estudos até aqui realizados “o
universo é aparentemente um indescritível grande milagre”. Acreditamos que esta postura do autor deve estimular a
todos conhecerem as conclusões de sua obra.
Para
executar esta missão Fred Heeren se dedicou durante 7 anos a entrevistar
cientistas, astrônomos, vencedores de prêmio Nobel chefes de equipe da NASA e
físicos teóricos como Stephen Hawking. Este livro explora especialmente o
momento inicial de criação do universo para onde os questionamentos da ciência
e da religião confluem, o Big Bang - a
teoria predominante na ciência moderna sobre a origem do nosso universo
Os cosmólogos
usam o termo "Big Bang" para se referirem à ideia de que o universo
fora originalmente um minúsculo ponto, muito quente e denso que num dado momento a partir de uma explosão começou a se expandir e
resfriar até atualidade. Esta teoria é sustentada por explicações mais completas
e precisas a partir de evidências e observações científicas disponíveis
conforme argumenta Fred Heeren em seu livro :
“’ o consenso da comunidade cientifica
moderna é que o universo teve um começo, um evento de criação, como os
cientistas se referem. Três linhas a amplas de evidência tornam essa
conclusão praticamente irrefutável: as leis da termodinâmica, a teoria da
relatividade geral de Einstein e as observações da astronomia.”
Segundo
Fred Heeren o modelo cosmológico padrão da ciência moderna para descrever o evento
de criação (Big Bang ) se harmoniza com
a descrição da Gênesis na Bíblia. O autor faz apenas a ressalva que “ o relato da criação de Genesis pode ter tido
um dia solar em mente ou usado o dia solar como uma ilustração para descrever
os estágios da criação” Acrescenta o autor: “quanto mais descobrimos sobre como o universo funciona, mais
entendemos que as leis do nosso universo são ajustadas dentro de parâmetros muitos
restritos e muito críticos. Sem uma combinação de coincidências extraordinárias
possíveis, seria impossível obter um universo capaz de sustentar a vida
inteligente. Até mesmo físicos
descrentes passaram a concordar com a declaração bíblica de que nosso universo
foi muito precisamente preparado para nós, ...”
Atualmente é consenso na ciência moderna
que o universo teve um começo e que toda causa deve ser independente do seu
efeito, portanto a causa inicial do universo deve ser separada
dele e não parte dele. Ou seja, se admitirmos que a inteligência organizadora
do universo é Deus, Este deveria existir além do espaço e do tempo.
Alguns
cientistas defendem que a harmonia das leis expressas na perfeição da natureza
aponta para existência de um superinteligência que atuaria com propósitos para
a sua criação. O reconhecimento de uma inteligência com proposito e de um modelo funcional
criterioso para o universo sugerem fortemente a existência de um Deus
consciente que atua como uma pessoa dotada de uma superinteligência e não
simplesmente uma entidade energética inconsciente e desprovida de propósitos e
sentimentos. Esta linha de raciocínio é harmônica com a citação bíblica de
que somos feitos a imagem e semelhança de Deus, fazendo sentido a interpretação dos que defendem a personificação
de Deus como um ser com estado de consciência incomensuravelmente maior que a consciência humana. Esta interpretação é decisiva para aqueles que acreditam na religião como um instrumento de
ligação a Deus e assegura o poder das as
orações como forma de interação entre criatura e criador, capaz de mudar realidades
de tal forma surpreendentes que somos incapazes de compreender o mecanismo da
sua transformação.
Independente
de acreditar na existência de Deus, acreditar que o mundo foi criado por uma inteligência
organizadora e tentar entrar em sintonia com essa inteligência é seguir o
exemplo de uma planta que, fiel ao plano de sua semente, se desenvolve
saudavelmente no seu habitat natural, expressando através dos seus frutos o seu
potencial divino, contribuindo para ao equilíbrio universo e bem-estar da
humanidade
Dr. Luiz Hermínio