O distanciamento social e os
distúrbios da coluna vertebral sob a visão da medicina energética
Preliminarmente quero expressar o meu
reconhecimento ao imprescindível papel dos ortopedistas e dos especialistas em atividades correlatas, no
diagnóstico e tratamento adequado das doenças da coluna vertebral. Ocorre que, exerço
a medicina sob a concepção holística (Medicina
Energética), segundo a qual os elementos emocionais, mentais, espirituais e
físicos de cada pessoa formam um sistema inter-relacionado e portanto, devem ser
abordados de forma integrada, associando-se os recursos da medicina
convencional aos da medicina alternativa, mais apropriadamente entendida como medicina
complementar. De acordo com esta visão e sintonizado com a minha linha de estudos
e prática médica, me permito fazer uma abordagem
sob o ponto de vista psicobioenergético da repercussão do distanciamento/isolamento
social sobre o estado de saúde físico e emocional das pessoas, sem diagnostico
de COVID-19, em especial sobre a coluna vertebral.
Tenho observado, na minha atividade clínica, não só
agora nesta época de grande tensão emocional por conta da COVID19, mas também em diversas outras
situações de stress crônico, uma maior incidência de aparecimento ou agravamento
de incômodos na coluna vertebral sem uma causa aparente. Portanto agora, com as
tensões geradas pelo distanciamento social e para alguns o isolamento quase
total, não é de se estranhar que estes tipos de distúrbios da coluna se
reproduzam com maior frequência. No entanto, em geral as pessoas atribuem estes
distúrbios apenas a fatores físicos tais como: tempo prolongado em frente ao
computador ou a televisão, descuidos posturais ou falta de exercício regular, etc.
É evidente que esses fatores, isolados ou
associados, podem ter sua parcela de contribuição na geração dos distúrbios da
coluna vertebral, no entanto nunca devemos desprezar a influência que os pensamentos e emoções
exercem sobre o funcionamento do nosso corpo físico. Portanto quando sentirmos um desconforto na coluna, devemos examinar
também o nosso estado d’alma a fim de verificar a existência de conflitos entre
nossa atitude externa e os nossos sentimentos mais profundos, visando corrigir
a dissintonia causadora do desequilíbrio energético responsável pelo incomodo
físico. Por isso a busca do autoconhecimento
é muito importante, para que possamos progressivamente entrar em sintonia com a
nossa essência e assim harmonizarmos a expressão dos nossos sentimentos,
pensamentos e atitudes com o nosso padrão espiritual mais profundo. Seguindo esta linha de raciocínio vamos tentar,
a partir daqui, aprofundar nossas explicações.
Em primeiro lugar, torna-se imperativo destacar que,
uma questão fundamental para o entendimento dessa abordagem é o conceito de corpo. Há duas visões
básicas sobre o tema. Uma visão
materialista que considera o corpo uma máquina biológica maravilhosa e a
consciência como sendo resultante de um conjunto de reações eletroquímicas
cerebrais. Para estes não há alma, quando morre o corpo desparece a consciência.
Já os vitalistas, defendem que o corpo
humano é um conjunto de complexos campos de energia em interação com o universo,
governado por um princípio vital inteligente que é o espírito. Para estes, a
consciência é um atributo do espirito que é imortal, e o cérebro seu meio de
expressão. Assim ao morrer o corpo físico, a consciência segue para outras
dimensões, vinculada às camadas energéticas de padrões vibratórios mais elevados.
Neste sentido, se acreditarmos que somos apenas um corpo físico, apenas um
tratamento material poderá nos curar, quer seja medicamentoso ou cirúrgico, mas
se aceitarmos a concepção de que somos um espírito que habita um corpo multidimensional
que se expressa através de pensamento sentimento e a atitudes, então um
tratamento energético espiritual poderá nos ajudar a alcançar a cura
dos nossos males.
Nesta perspectiva, acredita-se que o espírito faz
uma ponte com o corpo físico através de
uma camada especial do campo energético humano chamada de corpo etérico, que se constitui a matriz energética que molda a estrutura e regula o funcionamento e do
corpo físico. O espirito, em última análise é uma extensão do Espírito
Supremo - Deus. Ele representa a força maior, a energia que move o mundo e abastece
o corpo humano com energia vital. Esta energia procedente do mundo espiritual
penetra no corpo através de centros de energia chamados chacras, cada chacra alimenta um sistema orgânico e está associado a
um nível de consciência, influenciando, portanto na forma de sentir, pensar e
agir. Esta energia sutil circula no corpo através de canais chamados meridianos, sendo a coluna vertebral o canal principal de circulação energética, onde
estão situados os principais chacras.
Apesar da energia pulsar para cima e para baixo no
canal medular, há uma força resultante ascendente
que vai promovendo gradativamente a abertura e maturação dos chacras e com
isso a ampliação do estado de consciência, possibilitando a descoberta de novas
potencialidades de cada indivíduo. Estas
potencialidades de expressão do ser, nem sempre são aproveitadas, na maioria
das vezes são bloqueadas por circunstancias adversas da vida, como a que estamos
enfrentando agora com a COVID-19, perturbando o fluxo de energia vital,
consequentemente prejudicando o funcionamento de órgãos ou sistemas. Dependendo da importância do sistema
comprometido o desequilíbrio pode se estender para todo o corpo e ameaçar a
vida.
Adotando como base as informações acima, passo a abordar
agora a questão do distanciamento social e sua influência nos problemas da coluna
vertebral. Primeiro, gostaria de dizer que ao meu entender os relacionamentos são o “oxigênio da vida”. Vive-se com pouco oxigênio, mas vive-se mal, todavia
sem oxigênio não se vive, assim um isolamento total tem o significado de uma
morte virtual. Todavia é mister destacar que não é o que estamos passando agora,
porque não estamos sob isolamento total, existem vários tipos de comunicação entre
as pessoas que estão cumprindo o distanciamento social. Todos temos tido a oportunidade
de contato com o mundo externo, quando por exemplo, frequentamos o sistema de abastecimento
em busca de gênero alimentícios, também temos a possibilidade de acesso ao que está
se passando no mundo através dos meios de comunicação e também podemos nos comunicar
como nossos familiares por meios eletrônicos. No entanto, há de se convir que
as restrições afetivas na relação sócio familiar a que estamos submetidos traz
um grau de sofrimento considerável, cuja repercussão varia de pessoa para pessoa
a depender da forma como cada um administra esta situação adversa.
Quando o indivíduo
investe no autoconhecimento,
descobre seus talentos e limitações pode desenvolver seu potencial divino de
forma equilibrada sem produzir doenças, mas na maioria dos casos, como mencionado
acima, isso não acontece, a pessoa aproveita oportunidades que a vida lhe
oferece ou decide por influencias de terceiros, gerando uma dissintonia entre o
corpo a mente e o espírito expressa em mal-estar físico ou psíquico. Quando a
pessoa está alinhada com seu espírito, sua energia flui livremente pela sua
coluna abastecendo seus sistemas e propiciando a revelação plena do ser através
da expressão de sua criatividade no plano cientifico, cultural, artístico,
esportivo ou espiritual, como por exemplo através do exercício da solidariedade
humana, tão importante na atual crise.
Acontece que, num momento de distanciamento social como
o que estamos vivendo agora, há limitações à expressão plena deste potencial divino,
a energia não flui livremente pelo nosso canal principal energético, nossa coluna
fica congestionada e o mínimo esforço ou postura inadequada pode produzir
inflamação, compressão de nervos e dores aparentemente inexplicáveis.
Contribuem ainda, para agravar essa situação o sedentarismo, o stress, a ansiedade,
o medo, a insegurança e a incerteza produzidos pela crise da COVID-19. Nestas situações, é imprescindível a consulta com o ortopedista para fazer
o diagnóstico preciso e emitir a orientação terapêutica adequada, mas também é
igualmente importante uma avaliação psicoespiritual
para podermos descobrir possíveis causas energéticas daquele desconforto.
Assim, penso que o primeiro passo para evitarmos o
desequilíbrio energético e mantermos a serenidade diante da atual crise é a aceitação
pacifica de que o distanciamento social é
uma medida necessária e imprescindível para a preservação da saúde e da vida
humana. Mas devemos também refletir sobre outros pontos que nos ajudam
nesta direção: 1) Por mais alarmante que seja as notícias veiculadas na mídia
esta crise passará; 2) Valorizar o fato de estarmos tendo condições materiais
de suportar este sofrimento - ter o teto e o pão de cada dia 3) Apesar das
carências afetivas e a impossibilidade exercermos atividades externas, estarmos
juntamente com nossos familiares em bom
estado de saúde 4) podermos nos
comunicar por via eletrônica com nossos entes queridos.
Mas não basta esta consciência, é preciso desenvolvermos,
neste momento de afastamento, uma programação
para expressarmos nossas potencialidades que poderia compreender dentre
outras aspectos : 1) atividade física regular em domicilio; 2) Atividade criativa tal como o
pintar, tocar, bordar, escrever 3) Atividades recreativas tais como jogos de cartas,
assistir um bom vídeo, ler bons livros, ouvir boa música 4) Sessões de relaxamento
e meditação diárias 5) Contato regular com familiares por meios vídeo chamadas pelo celular 6) Filtrar os noticiários que prestigiam as notícias
alarmantes .
Assim,
segundo esta visão acreditamos que, se adotarmos nesta quadra da vida, um esquema
que leve em consideração as sugestões acima, nossa energia divina
circulará na coluna vertebral em um nível adequado, evitando
congestionamentos, deixando-nos menos vulneráveis aos distúrbios osteomusculares
e não só isto, contribuirá para alcançarmos a almejada serenidade para enfrentarmos
com maestria estes dias difíceis.
Dr. Luiz Hermínio de
Aguiar Oliveira